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Poema: O outro lado do Rio
Longe das arribas e da vista mar,
Estou à beira de um rio,
Deixei a paz me encontrar,
Daqui não vislumbro o horizonte,
As gaivotas não sobrevoam as ondas,
Mas os patos constroem o seu ninho algures por entre a margem,
Aprendi a viver com esta paisagem.
Aqui não acordo com o som das gaivotas,
Mas inúmeras espécies de pássaros e papagaios selvagens
Cantam desde o amanhecer,
E fazem o meu coração aquecer.
Aqui não existem “moitas” e pinheiros somente em certas zonas,
Árvores centenárias constroem a paisagem por entre os bosques,
E os seus caminhos adoro percorrer,
Seja de manhã ou ao entardecer.
Os mini malmequeres que brotam na relva,
São as minhas conchas da praia,
Os nenúfares as algas do mar,
A relva tornou-se a minha areia,
O rio o meu outro mar.
Sei que nunca deixarei de os comparar,
Pois esses locais nunca deixarão de ser a minha casa,
O meu lar.
Mas agora,
Agora a natureza passou a ser a minha forma de estar,
Aqui no País abaixo do nível do mar.