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Poema — Gotas de Orvalho
Gotas de Orvalho
Na floresta desnuda,
A Primavera tarda em chegar,
As flores não brotam,
Os pássaros tardam em procriar,
A vida atrasa,
Como aquele abraço que tarda em se concretizar.
Os pés traçam o caminho agora aquoso,
O sol tarda em brilhar,
Uma nuvem assombra esta ausência secular,
A água da chuva dissimula o caminho de regresso,
Mas jamais apagará aquele que levamos ao peito,
Mesmo num mundo desfeito,
Nas gotas de orvalho,
Repousam as nossas lembranças,
A esperança,
E a nossa perseverança.
Como o verde que se perdeu,
Muitos estagnaram no caminho,
Desnudos como as árvores,
Aguardam por um novo brilho,
Mas quem espera nunca alcança,
Quem espera,
Jamais verá a Primavera,
E os pássaros procriar,
Mas quem não desiste,