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Poema — Profundo Azul
Depois de uma visita ao Museu Marítimo de Amsterdão, por entre as pinturas, houve um quadro que mereceu especial destaque e que serviu de inspiração para o meu próximo poema.
Vejo o profundo azul,
A sua chegada aproxima-se,
A sua imensidão inunda-me,
Mesmo daqui do hemisfério oriental.
O dia prevê-se lá no horizonte,
Na parte ocidental,
As nuvens não escondem,
Eu vejo o profundo azul.
Os nossos desencontros marcam o presente,
Oceano Atlântico,
És omnipresente,
Nos meus pensamentos submersos,
Falemos de ti e de reencontros nos meus versos.
Mais do que a tua grandeza,
Louvo a tua destreza,
Em marcar a diferença naqueles que nasceram no teu berço.
Conhecendo o verdadeiro sabor do mar.
A tua garra e força de um alicerce,
A leveza do teu sal que lava a alma.
Um pensamento que contigo vira certeza,
Como os reencontros.
Como a saudade que se move com a fúria das ondas,
E o barco onde navegamos por entre marés.
A memória viva que não se desfaz
Mas que clarifica os tesouros do mar,
Como a espuma que lava a orla da praia,
E nos clarifica o olhar.
Eu vejo o profundo azul,
Na minha alma navega,
Por entre luas,
E hoje por entre a saudade escorrega,
No barco que traçou o nosso caminho,
E que nos distribuiu por diferentes mares,
Tão dissimilares.
Meu Atlântico,
O que eu e tu temos não é efémero,
Tenho em mim a certeza,
De que iremos sempre nos reencontrar,
Algures por entre o teu sal e a areia polida das arribas,
No…