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Poema — Raízes
O outono chegou,
E o sopro do vento as folhas carrega,
Cada uma o meu coração aconchega,
Agarro nas memórias do verão,
Apanho estas folhas do chão.
Como quem não quer perder a essência,
Relembro que passou mais uma estação,
Relembro o mês de Julho.
Como a árvore que se mantém firme,
Depois de perder as folhas,
Eu vejo pelos olhos que ela não tem,
A minha mão carrega-as,
Por ela que não pode,
E que ainda assim aceita o seu destino.
Assim sou eu ao recordar,
Relembro o meu querido mês de Julho,
Revejo-me a dar o meu último mergulho.
Tal como a árvore sem visão,
Vemos e sentimos ao recordar,
Ela sabe, só voei uma vez este verão,
Para o cantinho do meu coração.
Empaticamente entrega-me as suas folhas,
Sabe porque sacrifico mais uma estação,
Ela ouve o meu coração.
Pergunto-me onde esconde o dela.
Sei que o tem…